domingo, 18 de novembro de 2012

Agenda de combate à corrupção deve estar associada à de igualdade de gênero

O título deste artigo é uma frase pronunciada, dia 8 de novembro deste ano (2012), pela representante da Federação Internacional de Mulheres Advogadas, Sheela Anish, durante a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, realizada em Brasília. Para Anish, pelo fato das mulheres ocuparem poucos postos de comando nos governos de todo o mundo, a corrupção está ligada aos homens, porém, isto afeta sobremaneira as mulheres que, ainda em muitos países, lutam por direitos básicos fundamentais.

A participação da sociedade civil no combate à corrupção deve ser feita com “transparência e credibilidade”, segundo Anish.

Já na Nicarágua a União de Cooperativa de Mulheres Las Brumas está capacitando suas associadas para que se empoderem de leis e de instrumentos jurídicos com a finalidade de poderem identificar casos de desvio de verbas, de uso de cargo público para proveito pessoal, etc. A Presidenta desta cooperativa, Haydee Rodriguez, enfatizou a importância da participação das mulheres neste processo.

Haydee crê ser fundamental que sejam feitas alianças com o poder local, para que gradativamente as mulheres ocupem espaços na estrutura dos governos. “Não significa necessariamente que concordemos com eles, mas esse espaço é necessário para que as mulheres possam falar, decidir e propor. Somos criativas e devemos buscar caminhos para trabalhar junto com os governos e combater a corrupção, e não apenas confrontá-los ”, disse.

A Conferência Internacional Anticorrupção é considerada o mais importante evento sobre o tema. Reúne chefes de Estado, representantes de governos e da sociedade civil. O debate ocorre em um país diferente a cada dois anos e conta com a participação de 1,5 mil representantes de mais de 130 países, em média, e é promovido pela organização não governamental (ONG) Transparência Internacional.

Nossa realidade


Só 5,2% dos eleitos na RMC (Região Metropolitana de Campinas) são do sexo feminino enquanto média do Estado de São Paulo é de 11,4%


A porcentagem de mulheres eleitas para o cargo de vereadora na RMC (Região Metropolitana de Campinas) é menos da metade dos índices do Estado de São Paulo e do Brasil. Do total dos 286 vereadores eleitos na região, apenas 15 são do sexo feminino – o que representa 5,2%.
Enquanto isso, no Estado, o índice chegou a 11,4% (790 mulheres para 6.909). No Brasil, a diferença é maior ainda, com 7.647 mulheres para um total de 57.344 vereadores – 13,3% do total.

      Apenas três cidades da RMC elegeram mais de uma mulher para ocupar uma cadeira no Legislativo: Artur Nogueira, Paulínia e Vinhedo, com duas vereadoras. Por outro lado, sete cidades – Engenheiro Coelho, Indaiatuba, Itatiba, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré e Valinhos, não elegeram nenhuma mulher.

Falta investimento

   “Para o diretor do curso de ciências sociais da PUC-Campinas, Pedro Rocha Lemos, o percentual ainda está aumentando. Porém, é preciso ainda de mais investimentos por parte dos partidos políticos na hora de colocar mulheres para participar de corridas eleitorais.
“O maior entrave para o aumento da participação feminina nos cargos de comando está nos próprios partidos, comandados por homens que não querem ceder espaço. O problema é que os partidos lançam candidatas laranjas em vez de investir na formação de verdadeiras candidatas”, afirmou.”

Há de se pensar num caminho que reverta este quadro, afinal representamos mais de 50% da população e não temos representatividade nos espaços do poder decisório.

Acordem !!!... “Lugar de mulher é na política”

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