segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

15 anos do assassinato de Dorothy Stang


15 anos do assassinato de Dorothy Stang

Missionárias companheiras de Dorothy propõem educação e união como forma de resistência às ameaças de morte sofridas por ativistas e lideranças que defendem a Amazônia e os direitos dos povos da floresta

Foto: Clarinha Glock

                                     Ane Dwyer e Katia Webster: A gente tem que aprender a defender uns aos outros, tomar   cuidados, mas não deixar de lutar. Todo mundo em Anapu está em perigo


No próximo dia 12 de fevereiro de 2020, completam-se 15 anos do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, 73 anos, em uma estrada de Anapu, Pará, com seis tiros, a mando de fazendeiros. Dorothy ajudou a implantar o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Esperança, um modelo alternativo ao sistema de exploração do agronegócio. Desde sua morte, uma vez por mês acontece na cidade uma reunião do Comitê em Defesa de Anapu (CDA).

As irmãs Jane Dwyer e Katia Webster, companheiras de Dorothy Stang, estiveram no encontro Amazônia Centro do Mundo, realizado na Universidade Federal do Pará, em Altamira, em novembro passado. Na ocasião, foram entrevistadas pelo jornal Extra Classe. Irmã Katia acompanhou a conversa e fez uma pequena intervenção ao final. As duas afirmaram a importância da educação como forma de resistência. Contatada novamente em fevereiro de 2020, por telefone, irmã Jane comentou que teme pelas ameaças aos defensores de direitos humanos, como Erasmo Teófilo. E adiantou as propostas que serão levadas por trabalhadores de Anapu ao Congresso da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em julho deste ano, em Marabá (PA).

No próximo dia 12 de fevereiro, romarias e homenagens vão lembrar o crime contra Dorothy Stang e as ameaças contra defensores da preservação da Amazônia e dos direitos dos povos da floresta.

Por Clarinha Glock / Publicado em 7 de fevereiro de 2020