domingo, 3 de março de 2013

O preço da ganância/descaso com o ser humano




Uma obra de responsabilidade da prefeitura de Valinhos, cidade a 12 km de Campinas, no interior de São Paulo, foi flagrada explorando 60 trabalhadores em situação análoga à de escravo. Em fiscalização ocorrida na última quinta-feira (21), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) constataram que as vítimas estavam sujeitas a condições degradantes e haviam sido levadas do interior da Bahia com a promessa de receberem bons salários. Todos foram libertados e tiveram a situação regularizada.
A prefeitura de Valinhos informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que detectou irregularidades na construção inspecionada antes da chegada do MPT e dos fiscais do MTE à cidade. A gestão municipal afirma haver percebido problemas na contratação dos trabalhadores já em 12 de fevereiro e, por isso, notificou a empreiteira a regularizar a situação de seus funcionários.
O grupo de 60 pessoas, no entanto, era empregado pela Consval Construtora, empreiteira subcontratada pela Palácio Construções, em um sistema de quarteirização. Esta última companhia era a ganhadora da licitação em Valinhos (SP) e, portanto, tinha a responsabilidade legal de realizar as obras. A Repórter Brasil tentou contato com o responsável pela empresa, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Por sua vez, João Batista Aparecido, representante da Consval, afirma que a construtora não tem culpa pelo ocorrido e alega que a situação “é diferente” da constatada pelos fiscais do MTE. “A responsabilidade foi jogada sobre a empresa. Mas existem coisas além disso.” Ele também nega a existência de formas de escravidão no empreendimento. “As pessoas contratadas nem chegaram a trabalhar, por isso não há como dizer que havia trabalho escravo”, argumenta.
De acordo com a prefeitura, as obras estavam paradas desde outubro de 2012, por conta das eleições. Pouco depois de assumir o mandato, a nova administração do município determinou o reinício da construção, mas esbarrou nos problemas trabalhistas mencionados. Além disso, a gestão municipal também observa que “abriu procedimento administrativo e notificou a construtora a providenciar a imediata rescisão contratual com a subcontratada”.
 

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