O Comitê Doroty Stang realiza agora ato inter-religioso em
memória dos 10 anos do martírio da missionária Dorothy Stang, brutalmente
assassinada em 12 de Fevereiro de 2005. O ato acontece em Belém, na Praça Mártires
de Abril, em São Braz.
A ministra Ideli Salvatti encaminhou nota que será lida
durante a celebração. Confira:
Queridos
amigos e amigas,
Mais uma vez somos convidados à reflexão. Dez anos sem
Dorothy Stang são dez anos sem uma mulher valorosa, que durante muitos anos
esteve ao lado dos povos da floresta. Acordando e almoçando com eles, mesmo nos
momentos mais difíceis. Uma mulher desprendida, que saiu de seu país de origem
para emprestar sua solidariedade a nós, brasileiros. Por isso, em nome da
presidenta Dilma Rousseff, quero agradecer a todos os familiares e amigos de
Dorothy.
E
mais.
Em sua vida missionária, Dorothy fez muito pelos mais pobres.
Uma de suas obras, que será lembrada para sempre, é a escola de formação de
professores de Anapu. O conhecimento sempre foi um poderoso alicerce para a
libertação de um povo, e esta foi mais uma das razões para a perseguição que
sofreu.
Mesmo diante das ameaças mais graves, ela se mantinha firme:
“Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão
desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor
numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar”.
Mas a luta de Dorothy não foi em vão. Sua firme postura
diante dos agressores deu grande visibilidade às causas que defendia. O mundo
inteiro soube quem era Dorothy, quem eram as pessoas que ela defendia e quem
são os criminosos que operam na região.
O trabalho da missionária gerou frutos. Hoje, as irmãs Jane e
Kátia, também americanas, continuam a luta de Dorothy Stang. Chegaremos ao
final dessa batalha apenas quando a justiça for feita: quando os povos da
floresta forem respeitados e quando todos os envolvidos na morte de Dorothy
forem punidos pelas autoridades competentes.
Hoje, aqui na Praça dos Mártires, vocês são também um pouco
Dorothy Stang. Rezo para que possamos manter acesa a chama da justiça, da
liberdade e da solidariedade, como Dorothy nos ensinou.
Ministra Ideli Salvatti, ministra dos Direitos Humanos
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